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“Exploramos modos alternativos de pensar sobre os temas de hoje.” Uma entrevista com Marleen Scholten, do coletivo holandês Wunderbaum, sobre o espetáculo Vamos Fazer Nós Mesmos

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Tem espaço para todo mundo em Vamos Fazer Nós Mesmos, espetáculo que o coletivo holandês Wunderbaum apresenta na sétima edição do TEMPO_FESTIVAL. Além dos integrantes do grupo, o espetáculo conta com a participação de atores brasileiros selecionados em uma oficina ministrada pelo coletivo no ano passado, durante o festival; com músicos da banda-bloco Amigos da Onça; e com selecionados inscritos com um único pré-requisito: tinham que desenvolver algum trabalho voluntário. “Apresentamos cidadãos locais que decidiram criar iniciativas sociais sem a ajuda do governo. A pergunta que surge é: quem é capaz de fazer por si próprio?”, diz Marleen Scholten, atriz do Wunderbaum. Confira a seguir a sua entrevista ao site do TEMPO.

 

Vamos Fazer Nós Mesmos faz parte de uma série que o Wunderbaum batizou como The New Forest. De que se trata essa série, e como Vamos Fazer Nós Mesmos se encaixa nela?

The New Forest (A Nova Floresta) é uma plataforma que criei quatro anos atrás. É uma comunidade que construímos junto com pessoas de diferentes camadas da sociedade. Sociólogos, arquitetos, cidadãos locais, advogados, ecologistas, enfermeiras comunitárias. Todos os tipos de pessoas que trabalham conosco e nos acompanham de perto. Em The New Forest, exploramos modos alternativos de pensar sobre os temas de hoje. Fazemos isso juntos.

 

O espetáculo é descrito como uma obra “sobre o fim do estado de bem-estar social e o surgimento de uma sociedade participativa”. Como surge esse tema e qual é a relevância de abordá-lo nos dias de hoje?

Apresentamos cidadãos locais que decidiram criar iniciativas sociais sem a ajuda do governo. Na Holanda, o governo vem apertando seu orçamento e se fechando. Os cidadãos passaram a procurar por alternativas. O governo devolveu às pessoas a responsabilidade de fazer por si mesmas. A pergunta que surge é: quem é capaz de fazer por si próprio? A performance é um trabalho comunitário. Em todas as cidades em que atuamos, colaboramos com cidadãos locais.

 

Foi realizada uma convocatória para pessoas que estejam envolvidas em trabalhos voluntários participem do espetáculo. O que se pode falar sobre essa participação?

Antes de tudo, fazemos entrevistas com os participantes. Suas atividades na sociedade são apresentadas no espetáculo. Por causa da situação política no Brasil, também vamos mudar as cenas para torná-las relevantes. É um trabalho que faremos junto com os cidadãos locais, e também com atores brasileiros que serão nossos tradutores simultâneos no palco! O estilo desse espetáculo é bastante absurdista e divertido. É cheio de música, também. Estamos cheios de vontade de recriar essa obra para o Rio de Janeiro.

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