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A Prefeitura do Rio – Secretaria Municipal de Cultura, Governo do Rio de Janeiro –
Secretaria Estadual de Cultura e SESC Rio, apresentam:
Mantendo uma tradição de ocupação de espaços públicos – na edição passada, a Praça General Osório, em Ipanema, foi o local escolhido -, o TEMPO_FESTIVAL das Artes desembarca no Complexo do Alemão. O Morro do Adeus abrigará oficinas, residência e espetáculos nacionais e internacionais, que não ficarão restritos aos moradores da comunidade. O público de outras áreas da cidade poderá assistir aos espetáculos utilizando um sistema de transporte organizado pelo Festival com acesso ao recém-inaugurado teleférico.
Por definição, “complexo” é aquilo “que encerra várias coisas ou ideias”, uma classificação pertinente para a comunidade que se formou a partir de 1951 na Serra da Misericórdia, no Rio de Janeiro. No sentido figurado, “complexo” é sinônimo de “complicado”, algo entrelaçado, enredado, difícil de resolver. Talvez por isso esta palavra seja a síntese mais apropriada para o conjunto de treze favelas ocupado desde novembro de 2010 pelas Forças Armadas do Brasil.
“Ocupação”, por outro lado, traz significados como “tomar posse, instalar-se, preencher, encher, estar”. E se, politicamente, há o objetivo de ordenar e traçar um novo caminho para comunidades que viviam vitimizadas pela violência, artisticamente há o desejo de preencher uma lacuna cultural, proporcionar um intercâmbio de experiências entre artistas de trajetória já reconhecida pelo circuito nacional e internacional e artistas que tem a rica complexidade do “Alemão” como berço cultural.
É com o propósito de uma ocupação artística que o TEMPO_FESTIVAL faz do Morro do Adeus o seu eixo central neste 2º TEMPO_2011, com a seleção de uma residência nacional, uma oficina internacional e uma nacional, todas voltadas para o diálogo com os artistas das diversas comunidades que compõem a cena local.
Começando no dia 12 de setembro, a residência da coreógrafa e performer Roberta Savian começa seu processo junto aos artistas e bailarinos locais, questionando as fronteiras reais e imaginárias, sejam elas ideológicas, culturais ou estéticas. A artista já viajou o Brasil com o projeto (em diversos municípios e cidades como São Paulo e Porto Alegre) e, rompendo a fronteira internacional, estendeu sua questões fronteiriças à Havana (Cuba) e Paris (França). A engenhosa trama do Morro certamente não será vista da mesma forma por aqueles que acompanharem a residência e a performance (dias 17 e 18) de Roberta.
No dia seguinte, 13 de setembro, os franceses da Compagnie Houdart-Heuclin aterrissam na comunidade com os estranhos e metamórficos figurinos de “Padox na Cidade“, uma performance que transformará franceses e brasileiros em apenas um povo: os padox. Dirigindo os atores que participarão das três apresentações estará Dominique Houdart, que os conduzirá às ruas do centro do Rio e do Complexo do Alemão nos dias 16 e 17 + 18, respectivamente.
Também no dia 13, a Cia Clows de Shakespeare, de Natal (Rio Grande do Norte), inicia sua oficina sobre os procedimentos de preparação do ator e construção cênica utilizados pela companhia. Nos dias 17 e 18, eles apresentam o espetáculo “Sua Incelença, Ricardo III” a partir das 17h30, com o sol se pondo em uma das vistas mais deslumbrantes da cidade como pano de fundo.
O encerramento do festival, no dia 18, será no próprio Morro do Adeus, ao lado da estação do teleférico, e promete ser uma noite encontros múltiplos e experiências únicas. O transporte para todos os eventos será fornecido pelo festival em horários e local que ainda serão anunciados.
No final desta maratona artística, os registros em vídeo feitos pelo estúdio MIDENA resultarão em um pequeno documentário sobre este intercâmbio que, há um ano atrás, ninguém imaginaria ser possível. E que, em três anos de TEMPO, é nossa maior realização.