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SONGS AT THE END OF THE WORLD – UM MERGULHO NO VAZIO

“Antártica é o último lugar onde você pode cair quando a terra treme e você não
consegue ficar parado em nenhum outro lugar”.

A frase do documentário “Encontros no Fim do Mundo” (2007), do cineasta alemão Werner Herzog, serviu de inspiração para a performance, ou teatro-musicado como alguns críticos definem, para “Songs at the end of the World” (“Canções no fim do Mundo”), criado em 2011 pela Cia. Wunderbaum em parceria com a banda Touki Delphine.

No espetáculo, oito pessoas na faixa dos 30 anos dividem uma admiração por desabrigados e pela vida de andarilho. A partir disso, reescrevem suas vidas usando fotografias de infância e, em um espaço que desconhecem, apontam alternativas para suas próprias vidas, viajando em pensamentos e mergulhando nos cientistas, aventureiros e viajantes sonhadores que eles podem ser.
A Antártica é o continente coberto por geleiras e vulcões, o mais frio e mais seco, com ventanias de mais de 100 quilômetros por hora, com uma população praticamente inexistente, habitado basicamente por cientistas e pinguins imperadores. Um território inóspito e hostil, o imaginário poético da superfície branca que simboliza, para os músicos e atores, o centro da vida, pela via tortuosa, onde circunstâncias extremas expõem desejos existenciais:
“Antártica canta junto. Antártica, Antártica. Ouve-nos ofegante, ouve a nossa
respiração congelante, ouve nossas palavras.”

Residente em Rotterdam Schouwburg, onde está à frente do Teatro Municipal de Rotterdam, a Cia. Wunderbaum é composta pelos atores Walter Bart, Wine Dierickx, Matijs Jansen, Maartje Remmers e Marleen Scholten. O grupo trabalha de maneira colaborativa, em conjunto com profissionais de outras áreas (como dramaturgos, designers, músicos, escritores, fotógrafos e cineastas), constituindo assim uma característica da cena contemporânea de apropriação de linguagens distintas.
A companhia denomina seu trabalho como camaleônico, devido ao esforço da trupe em assumir muitos formatos, baseados em interesses pessoais e coletivos, na personalidade dos artistas e nas questões da humanidade. Os espetáculos são resultado de temas sociais, interesses atuais da sociedade e formas de teatro recém-descobertas. O texto, por sua vez, é uma ferramenta importante na construção cênica, porém, o grupo utiliza-se também de outros instrumentos, como amplificadores de guitarra, movimentos de dança, estroboscópios, projeção de vídeo, pisos de madeira e batidas de bateria.

Categorias: Blog. Tags: 2º TEMPO_2012, carrossel, Cia. Wunderbaum, Holanda, Maartje Remmers, Marleen Scholten, Matijs Jansen, Projeto Artista-Pesquisador, Touki Delphine, Walter Bart, Werner Herzog e Wine Dierickx.