Entre Julho e Setembro de 2009, exatos dois meses antes do TEMPO atracar no Oi Futuro, esteve lá a exposição do videoartista americano Gary Hill, intitulada Taking Time From Place – O lugar sem o tempo. Claro está, no tema, o interesse de Hill em trabalhar, por meio do vídeo e do seu corpo como suportes artísticos, com a questão espacio-temporal. Viewers está entre os trabalhos mais interessantes de Gary Hill: em uma sala, uma longa fila de homens em silêncio projetada em tamanho real sobre a parede confronta o espectador. Nesta obra, é estabelecido um tempo em que o visitante passa a se sentir como objeto visitado e observado. Abaixo, o comentário do artista sobre o tempo em seus trabalhos:
Gary Hill: “O tempo é a matéria-prima virtual – o bom momento é a flecha do tempo sempre nos lembrando do nosso próprio tempo. No teatro Nô, sempre há várias noções de tempo em ação – tempo revertido e tempo repartido são dois elementos que podem ser aplicados ao trabalho que faço. Por exemplo, URA ARU (o lado de trás existe), de 1985-86, trabalha com frases em japonês faladas de trás para frente e ao contrário. Deste modo, sílabas estão continuamente se desdobrando para frente e para trás, criando novas frases e novas palavras. Escrevi um pequeno texto sobre isso chamado ‘Origami Time’, descrevendo detalhadamente o processo.”