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Internacionalização da Dramaturgia Espanhola: intercâmbio, tradução e criação

IMG_1194O Projeto de Internacionalização da Dramaturgia Espanhola envolve diferentes artistas brasileiros de teatro e promove um encontro entre encenadores e tradutores com textos fundamentais da rica produção contemporânea da Espanha. O projeto a um só tempo articula tradução, edição, criação artística, intercâmbio, registro, reflexão e difusão.

A iniciativa, promovida pela Acción Cultural Española – AC/E, encontrou o apoio do TEMPO_FESTIVAL (Rio de Janeiro), que convidou a Editora Cobogó a publicar as peças, e quatro prestigiosos festivais de artes cênicas de diferentes pontos do Brasil para somarem forças. O projeto passou, assim, a congregar o Porto Alegre em Cena – Festival Internacional de Artes Cênicas; Cena Contemporânea – Festival Internacional de Teatro de Brasília; Festival Internacional de Artes Cênicas da Bahia – FIAC; e Janeiro de Grandes Espetáculos – Festival Internacional de Artes Cênicas de Pernambuco. 

Cada um dos cinco festivais convidou encenadores para realizar as traduções das peças selecionadas e suas leituras dramáticas durante a programação dos eventos, com vistas também à troca de experiências entre contextos culturais dentro das fronteiras brasileiras, estendendo, assim, o caráter de articulação e intercâmbio intrínseco ao projeto internacional.  

Além disso, o projeto inclui residências artísticas e o lançamento da publicação dos dez textos através da Coleção Dramaturgia Espanhola, da Editora Cobogó, cuja linha editorial busca sempre a valorização e a divulgação da dramaturgia contemporânea.

Com os livros, as peças ganham outros territórios — outras encenações podem ser elaboradas e outros universos construídos. Uma oportunidade para discutir outras linguagens no teatro, outros modos de pensar a dramaturgia, outras vozes, e, ainda, estimular a construção de uma cultura de ler teatro.

Esta iniciativa oferece aos artistas brasileiros um expressivo conjunto da diversidade de propostas dramatúrgicas da atualidade de autores espanhóis.

 

LANÇAMENTO DE LIVRO – LEITURA DRAMATIZADA

 

DENTRO DA TERRA

 

AUTOR – Paco Bezerra – (Almería, Espanha, 1978) é dramaturgo. Graduado pelo Laboratorio de Teatro William Layton e pela Real Escuela Superior de Arte Dramático de Madrid (RESAD), estudou Interpretação e se formou em Dramaturgia e Ciências Teatrais. Dentre as peças que escreveu estão Ventaquemada (2003), (mi) HISTORIA (2003), La piedra (2003), El piano de la bruta (2005), Yo fantasma (2005), e Viaje a Tindspunkt (2006). Seus textos foram traduzidos para inglês, romeno, francês, alemão, árabe, húngaro, grego e italiano e montados no Uruguai, na Argentina, na Alemanha, em Porto Rico e na Espanha. Ganhou o Prêmio Morales-Martínez/Barahona de Soto, em 2003, pela melhor peça de autor andaluz; o Prêmio de Teatro Jóvenes Creadores de la Comunidad de Madrid, em 2005; o Prêmio Nacional de Teatro Calderón de la Barca, em 2007; o Prêmio Nacional de Literatura Dramática, em 2009; a Menção de Honra do Prêmio de Teatro Lope de Vega, em 2009; o Prêmio Promoción de Almería en el Exterior, em 2009; e foi finalista dos prêmios Teatro Exprés, em 2002, e Romero Esteo, em 2004.

 

DIRETOR/TRADUTOR – Roberto Alvim – (Rio de Janeiro, Brasil, 1973) é dramaturgo, diretor e professor de Artes Cênicas. Desde 2006 dirige a companhia CLUB NOIR, dedicada a encenar principalmente obras de dramaturgos contemporâneos. Escreveu e dirigiu dezenas de peças, apresentadas no Brasil e em países como França, Alemanha, Espanha, Argentina, Suíça, México e Bélgica. Dirigiu algumas de suas traduções e adaptações, como Homem sem rumo (2007), de Arne Lygre, A terrível voz de Satã (2009), de Gregory Motton, Tríptico Richard Maxwell (2010), de Richard Maxwell, Terra de ninguém (2014), de Harold Pinter, e Tríptico Samuel Beckett (2014), de Samuel Beckett. Além de diversas indicações para alguns dos prêmios mais importantes do teatro brasileiro, foi o vencedor do Prêmio Bravo, em 2008, na categoria Melhor Espetáculo Teatral de São Paulo por sua encenação da peça O quarto, de Harold Pinter; e ganhou o Prêmio APCA e o Prêmio Governador do Estado de São Paulo em 2012, pela adaptação e direção de todas as tragédias de Ésquilo no projeto Peep Classic Ésquilo.

COMPANHIA – Aquela Cia de Teatro, fundada pelo diretor Marco André Nunes e pelo dramaturgo Pedro Kosovski, é marcada  pelo  desenvolvimento  de  uma  linguagem  artística própria, por uma dramaturgia sempre inédita e colaborativa, com forte referencial na literatura e pelo atravessamento da música com a cena. Ancorada a princípio nas relações entre teatro e literatura, Aquela Cia. montou em 2005 “Projeto K”; “Sub:Werther”,  “Lobonº1 [ A Estepe]” e “Do Artista Quando Jovem”. Em 2011, a linha de trabalho passou a investigar a relação entre teatro, música e espetacularidade, com “Outside, um musical noir”, “ Cara  de Cavalo” e “Edypop. Em 2015 realiza a Ocupação Aquela Cia 10 anos com os espetáculos: “Caranguejo Overdrive”,  que propõe uma investigação do signo do mangue na cultura brasileira, com referências que vão da histórica obra de construção do Canal do Mangue, no Rio de Janeiro do século XIX, ao pensamento de geógrafo Josué de Castro e a sonoridade do manguebeat criado por Chico Science e demais artistas de Recife,  nos anos de 1990 e “Laio e Crísipo”  que vem a ser uma continuidade narrativa do espetáculo “Edypop” e conta a juventude do rei de Tebas, Laio, quando este viveu uma paixão proibida pelo jovem Crísipo.

 

ATRA BILIS

 

AUTORA – Laila Ripoll – (Madri, Espanha, 1964) é dramaturga, atriz e diretora teatral, e se formou na Real Escuela Superior de Arte Dramático de Madrid. No começo dos anos 1990, fundou a companhia Micomicon, grupo especializado na encenação de obras do teatro clássico espanhol, com o qual adaptou peças como El acero de Madrid (1993), El bastardo Mudarra (1994) e La dama boba (2012), de Lope de Vega, Tragedia de los infantes (1994), de Juan de la Cueva, e Los Caballeros de Absalón (1999), de Pedro Calderón de la Barca. Entre as obras dramáticas que escreveu destacam-se La ciudad sitiada (1999), Los niños perdidos (2005) e El día más feliz de nuestra vida (2005). Dirigiu espetáculos para o Centro Dramático Nacional, para a Compañía Nacional de Teatro Clásico e para o Festival de Teatro Clásico de Mérida. Dentre os prêmios que recebeu destacam-se o Primer Premio del Certamen de Caja España, em1996, e Ojo Critico de Teatro, em 2002.

 

DIRETOR/TRADUTOR – Hugo Rodas – (Juan Lacaze, Uruguai, 1939) é ator, diretor, bailarino, coreógrafo, cenógrafo, figurinista e professor de teatro. Sua trajetória sempre esteve ligada às parcerias que estabelece a aos coletivos com os quais trabalha. Dentre eles o Grupo Pitú, o Teatro Brasileiro de Comédia (TBC), o Teatro Oficina, a Companhia dos Sonhos, o Teatro Universitário Candango (TUCAN) e, atualmente, a Agrupação Teatral Amacaca (ATA), sua mais recente trupe. Algumas das peças que dirigiu são João Sem Nome (1976), de Oswaldo Montenegro; Dorotéia (1996), de Nelson Rodrigues; O inspetor geral (2006), de Gogol; Os demônios (2006), de Dostoiévski; Carícias (2007), de Sergey Belbel; e Hamleto (2009), de Giovanni Testori. Dentre os prêmios que recebeu por suas criações destaca-se o Prêmio Shell na categoria direção, em 1996. Recebeu, também, títulos e honrarias por seu trabalho, como o Notório Saber em Artes Cênicas (1998), concedido pela Universidade de Brasília, o de Cidadão Honorário de Brasília (2000), e o título de Professor Emérito na mesma instituição (2014), onde atua como docente há mais de 20 anos.

 

COMPANHIA – Os Fodidos Privilegiados nasceu de um movimento teatral liderado por Antonio Abujamra (inmemorian) em 1991, na cidade do Rio de Janeiro, que por 10 anos esteve a frente da direção artística, com irreverência e persistência, passando o bastão para João Fonseca em 2001 que permanece até hoje na direção artística da Cia. Nestes 24 anos. No currículo mais de 30 peças, tributos, leituras dramatizadas e muitos prêmios e participações em festivais nacionais e internacionais, formado por: Alexandre Pinheiro, Claudio Tizo, Cristina Mayrink, Filomena Mancuzo, João Fonseca, Isley Clare, Nello Marrese, Paula Sandroni, Ricardo Souzedo, Rosanna Viegas, Rose Abdallah e Thelmo Fernandes.

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