“Without love there is no art.” – diz a contracapa do livro Love Design (daab, 2009), fonte fundamental para este post.
Meu mês de julho começa com uma graduação em Design de Produto e a conclusão do curso de Fundamentação em Artes, da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em comum, os dois trazem o desejo de criação, a inquietação com a situação vigente de alguma coisa. Em contraponto, o design busca a resolução de um problema, enquanto a arte, na maioria das vezes, propõe tantos outros. E no “engano” das definições, está um design artístico, onde o propósito é deturpado e o objeto desenhado pode ocupar uma galeria ou ser vendido como mercadoria útil, lembrando-nos da arte possível de Hélio Oiticica, em especial seus parangolés.
O livro traz justamente a interseção entre os dois lados da criação e propõe universos particulares de funcionalidade, onde às vezes o mundo em que vivemos não se encaixa. Da seleção dos meu favoritos (foram muitos), destaquei alguns:
A começar pelo design que (para mim) é insuperável – e cada vez mais evidente em qualquer área artística – o mash-up. Martino Gamper cria objetos amálgamos que formam cadeiras no projeto 100 chairs in 100 days, cujo título diz tudo: são cem cadeiras feitas ao longo de cem dias.
O coletivo Pixelgarten, de Frankfurt, elaborou diversas propostas no trabalho chamado Um was es nicht geht (2006), dentre as quais se destaca um, ou melhor, dois casacos “canguru”, costurados frontalmente de forma a manter um ninho de amor entre dois amantes.
O designer Björn Franke foi um pouco mais longe na usadia, e criou Traces of an Imaginary Affair (2006), uma maleta de ferramentas que ajudam o usuário a criar provas de um caso amoroso. Abdicando do amor propriamente, os instrumentos simulam na pele dos não-amantes as marcas que uma paixão deixaria. São simuladores de arranhões, beijos, mordidas e outros mais.
Para finalizar a seleção (e, no caso, a relação) a loja Greece is for Lovers vende a vela R.I.P., que é uma espécie de ritual fúnebre para o fim de um relacionamento. Basta escrever o nome do(a) ex, acender a vela, e partir para a próxima.