Uma videoinstalação costura as diversas performances apresentadas no projeto Studio Cabaret Voltaire, iniciado na 9ª edição do TEMPO_FESTIVAL. Reunidos a partir de uma convocatória, mais de 20 performers – de áreas como dança, artes visuais, teatro, poesia e performance – passaram por um processo de criação artística conduzido pelo diretor teatral Jefferson Miranda. Registrados a partir de diferentes ângulos e câmeras, sob olhar da videomaker Elisa Mendes, os trabalhos agora se desdobram em outros recortes e leituras, possibilitados pela dimensão audiovisual. Ao mesmo tempo em que compartilha com o público essas narrativas, a instalação também investiga a profusão de pontos de vista e detalhes que seriam próprios da experiência ao vivo de um cabaré de feição dadaísta, inspiração central do projeto.
Uma parceria do TEMPO_FESTIVAL com a instituição suíça PRO HELVETIA, a iniciativa é inspirada no patrimônio cultural Cabaret Voltaire. Fundado em 1916, em Zurique, por Hugo Ball, autor do célebre Manifesto Dadaísta, o espaço é mundialmente conhecido como berço deste movimento. Concebido como um café literário para receber artistas exilados da Primeira Guerra, acolheu também apresentações de diversas vertentes das vanguardas históricas modernas, como o Futurismo de Marinetti. Reaberto em 2014, o endereço histórico possui direção artística de Adrian Notz, que veio ao Brasil para participar do projeto.
Radicado em Londres, Jefferson Miranda mediou o processo de forma a dialogar com princípios fundadores destes movimentos, entre eles o caráter colaborativo e o hibridismo de linguagens, considerado precursor do happening e da performance. Em paralelo, as propostas individuais de trabalho conectaram estas referências com o contexto atual, concatenando imagens, sons, danças e palavras em sintonia com temas como masculino, feminino e sexualidade. “Quando tudo parece atentar contra a vida, o Studio Cabaret acontece como uma celebração”, diz Jefferson Miranda. “Assim como o cabaré dadaísta, falamos sobre uma urgência: nascer”.
As performances, manifestos, experiências e trabalhos de multilinguagens foram produzidos por Ana Abbott, Azul, Caio Riscado, Clarisse Zarvos, Elisa Brites, Eloise Yamashita, Felipe Coutinho, Filipe Codeço, Francisco Ohana, Glauce Guima, Gregory Hari, Higor Campagnaro, Hugo Lobo, Ian Guerra, Isabelle Nassar, Janiv Orov, Luisa Vidal, Marta Paret, Nina Costa Reis, Peter Franco, Renato Krueger, Rogério Garcia, Urubatan Miranda, Valéria Medeiros e Vanessa Garcia.
Em 2019, durante a videoinstalação, alguns artistas que participaram do projeto no último ano retornam ao Oi Futuro para realizar novas performances:
Elisa Mendes (Brasil)
Artista visual, com trabalhos em fotografia, performance, videoarte e direção de fotografia. Em 2016, fez sua primeira exposição individual com fotografias da cena teatral e tem trabalhos publicados nos principais jornais e revistas do país. Atualmente trabalha na publicação do livro “365 Nuncas”, em parceria com a artista Steffania Paola.
Imagens: Ana Rezende, Elisa Mendes, Isabel Scorza e Marcelo Ribeiro
Serviço
Oi Futuro (Teatro)
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo
Telefone: (21) 3131-3060
Capacidade: 62 lugares
Dias: 27, 28 e 29 de novembro
Horários – Videoinstalação: Dia 27 – 19h às 22h / Dias 28 e 29 – de 17h às 20h
Horário – Performances: 19h
Valor: Entrada gratuita – distribuição de senhas 1h antes
Classificação Indicativa: 16 anos