A arte contra a diversão, o essencial contra o estratégico, o júbilo contra o convencional. “Surgir|Sumir” (“Apparitions|Disparitions”), dos Les Souffleurs, é uma metáfora poética para o intenso fluxo de informação anônima que recebemos todos os dias. Na rua, com um bastão preto (os rouxinóis), nove artistas sussurram segredos poéticos, filosóficos e literários nos ouvidos das pessoas, incitando, em oposição às incertezas sobre tudo o que se ouve cotidianamente, ternura sobre o ato de ouvir. Sussurrar como uma maneira de desacelerar o tempo, escutar como uma postura de enfrentamento do mundo.
Les Souffleurs saem silenciosa e elegantemente vestidos de preto e usam seus rouxinóis (que têm cerca de 1,80m: o tamanho médio de um homem contemporâneo) para comunicar o direito vital de interrupção poética.
A partir dos princípios deleuzianos de que a humanidade se reproduz de boca a boca e de que o homem é uma soma virtuosa de pontos de vista, Olivier Comte escreveu o Manifesto do Sussurro e criou, em 2001, um grupo de intervenção poética chamado: Les Souffleurs Commandos Poétiques. O grupo é composto por poetas, atores, escritores, artistas plásticos, músicos e interessados.
Para o coletivo, a poesia é um canal que pode modificar o cotidiano das pessoas e é transmitida além das palavras, provocando o acionamento dos 5 sentidos. Esse é o manifesto do Les Souffleurs para o mundo, como artistas.