A “autoficção” dá o tom deste texto escrito pelo consagrado dramaturgo uruguaio Sergio Blanco, cuja obra tem chamado a atenção a bordo de encenações em diversos países. Idealizada por Celso Curi, que também assina a tradução, a montagem brasileira traz Gilberto Gawronski em um elogiado trabalho, pelo qual foi indicado ao Prêmio Shell/SP. Renomada também como atriz, Yara de Novaes assina aqui a direção do espetáculo, que, segundo ela, “reflete sobre o efeito hipnótico que a nossa imagem exerce sobre nós e sobre como essa autocontemplação pode ameaçar a nossa própria vida.”
Sinopse
O personagem – interpretado por Gilberto Gawronski – é o próprio autor, de passagem pela cidade de Liubliana, capital da Eslovênia, onde vai ministrar uma conferência sobre o Mito de Narciso. Hospedado em um luxuoso quarto de hotel, entre os preparativos para a palestra e um encontro com um jovem esloveno recém-conhecido, ele acaba por descobrir uma mancha de sangue no carpete, dando origem a uma intriga policial obscura e surpreendente. Alternando narração, palestra e confissão, A ira de Narciso conduz o espectador por uma jornada fascinante e arriscada pelo confuso labirinto do eu, da linguagem e do tempo.
Gilberto Gawronski
Formado pela CAL – Casa das Artes de Laranjeiras em 1986, o ator e diretor ganharia apenas três anos depois o Prêmio Mambembe por sua interpretação no espetáculo Em busca do coração secreto. Estreou profissionalmente como diretor em Uma estória de borboletas (1991), adaptação de um conto de Caio Fernando Abreu, escritor que retomou em espetáculos posteriores. Entre os seus trabalhos de maior destaque estão os monólogos A dama da noite (1997), adaptado do conto de Caio Fernando Abreu (pelo qual ganhou o Prêmio Sharp de direção), e Ato de comunhão (2011), de Lautaro Vilo.
Yara de Novaes
Atriz, diretora e professora de teatro, fundou em 2005 o Grupo 3 de Teatro (junto com Débora Falabella e Gabriel Paiva), no qual alterna seus trabalhos de atriz e diretora, além da direção artística da companhia. Com o grupo, esteve em montagens de grande êxito, como Contrações e Love love love. Dirigiu como convidada dezessete espetáculos nos últimos anos, entre eles Tio Vânia, do Grupo Galpão, e Caminho para Meca, com Cleyde Yaconis e Maria Miss, com adaptação da obra de Guimarães Rosa.
Celso Curi
Jornalista, produtor, administrador cultural e tradutor. Diretor da OFF Produções Culturais. Criador e editor do Guia OFF de Teatro SP e RJ (desde 1996). Tem se dedicado à tradução de textos latino-americanos contemporâneos como Neva, de Guillermo Calderón (Chile), Flores arrancadas à nevoa, de Aristides Vargas (Argentina), e A ira de Narciso, de Sergio Blanco (Uruguai). Desde 2012 coordena a participação brasileira no Festival de Dramaturgia de Buenos Aires.
Ficha técnica
Texto: Sergio Blanco / Idealização e tradução: Celso Curi / Elenco: Gilberto Gawronski / Direção: Yara de Novaes / Ator Assistente: Murilo Basso ou Carlos Jordão / Direção Musical: Dr. Morris / Cenografia: André Cortez / Iluminação: Wagner Antonio / Figurino: Fábio Namatame / Assistência de direção: Murillo Basso / Assistência de Cenografia: Fernando Salles / Orientação Vocal: Caio Ferraz / Produção Executiva: Pedro de Freitas – Périplo Produções / Direção de Produção: Celso Curi e Wesley Kawaai
Serviço
Oi Futuro (Teatro)
Endereço: Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo
Telefone: (21) 3131-3060
Capacidade: 62 lugares
Dias: 20 e 21 de outubro
Horário: 20h
Duração: 100 minutos
Valor: R$30,00 (inteira) | R$15,00 (meia)
Classificação indicativa: 18 anos