Dentre as atrações do TEMPO FESTIVAL 2013, alguns espetáculos investigam as múltiplas possibilidades do jogo teatral. Este é o caso, por exemplo, de Coelho Branco, Coelho Vermelho (White Rabbit, Red Rabbit), do iraniano Nassim Soleimanpour. Desde 2011, esta peça já foi traduzida para mais de 15 línguas, chegando ao Rio de Janeiro em novembro. Apesar de tamanha circulação internacional, Soleimanpour só viu o seu espetáculo em fevereiro deste ano, pois não obtivera autorização para deixar seu país, já que não havia cumprido o serviço militar obrigatório.
A ausência do diretor e dramaturgo acabou sendo um elemento fundamental de Coelho Branco, Coelho Vermelho: destituída de ensaios e direção, a peça requer um ator ou atriz que desconheçam o espetáculo. Justamente por isso, deve haver um ator diferente a cada apresentação. O espetáculo, que até agora, já foi apresentado por Juliet Stevenson, Tamsin Greig, Arthur Darvill e pelo cineasta Ken Loach e que aqui no Brasil terá a participação de Fábio Porchat e Lilia Cabral, tem como personagem principal um coelho que tenta entrar no circo, mas é barrado por um urso. O espetáculo, no entanto, ultrapassa o regionalismo iraniano. “Desculpem, estou cansado de ouvir que escrevo sobre o meu país”, afirma o diretor, “Escrevo a respeito de um fenômeno social, a obediência.”
Reforçando a conexão entre Brasil e Portugal, o espetáculo TURBO_LENTO propõe uma reflexão a respeito da relação entre presente e passado. Por meio de um inventário de descobertas científicas e tecnológicas históricas, os portugueses Tiago Cadete e Raquel André transitam por zonas turbulentas que entrelaçam descobertas reais e ficcionais.
O Grupo de Arte Livre apresenta a peça GIZ, título que se refere ao personagem principal, a professora Gislaine. Em uma espécie de biografia cênica, o espetáculo, com direção de Marcelo Valle e dramaturgia de Mari Shu, foca na relação entre a professora e seu aluno, Adão. Uma tragédia é prevista na trama, propondo assim um redimensionamento espacial e temporal a fim de dar visibilidade à esta história brasileira.