A programação do TEMPO FESTIVAL de 2013 traz duas peças de teatro que estão em pleno processo de criação. São elas: EDYPOP e A Santa Joana dos Matadouros.
Em EDYPOP, o grupo carioca Aquela Companhia de Teatro recria a tragédia de Édipo a partir da interlocução com a pop art e com a linguagem musical. O espetáculo é um avanço da linguagem que a companhia começou a pesquisar em Outside, peça que investigava novas possibilidades para o teatro musical. Edypop não é apenas um jogo de linguagem a partir do signo Édipo, indica também um procedimento: flexionar signos da ‘alta’ cultura na superfície do pop e na dissolução do entretenimento. A peça é, portanto, uma continuação desta pesquisa. Este procedimento propõe conexões e desvios que conduzirão tragicamente Édipo (o mais pop dos heróis gregos) até John Lennon (o mais edipiano dos artistas pop).
A trama de Edypop se baseia nas variações do tema de Édipo. Como se sabe, o que se notarizou foi tragédia de Sófocles, que cristalizou em sua poética uma versão do mito. Versão oficial. Na pesquisa d’Aquela Cia está centrada nos relatos orais sobre este mito que contam sua trajetória com muitas variações – principalmente tendo como parâmetro a versão ‘oficial’ do tragediógrafo grego.
A famosa peça de Bertold Brecht, A Santa Joana dos Matadouros, também será apresentada em processo no Tempo Festival. O autor analisou alegoricamente a crise econômica de 1929 através da vida de uma certa Joana Dark, a Santa Joana dos Matadouros. A peça conta a história de Joana: da evolução de sua consciência ingênua à consciência crítica, por meio de descidas ao inferno e sua ascensão, numa espécie de persurso de martírio e conhecimento. A montagem que o Tempo Festival apresenta, em processo, tem direção de Marina Vianna, Valéria Campos e Diogo Liberano.
O que uma peça escrita entre as duas grandes Guerras Mundiais ainda tem a nos dizer? Qual a validade de uma tragédia misturada ao universo da sociedade de consumo? O que permanece no #tempo?