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Os números das Artes Cênicas

Em 2012, a FIRJAN divulgou o seu segundo mapeamento da economia criativa brasileira (o primeiro havia sido publicado em 2011). A iniciativa, que vem junto também com uma ferramenta de consulta, apresenta um nível de detalhamento das atividades econômicas sem precedentes. É desta investigação que podemos observar o desempenho notável do núcleo criativo no PIB brasileiro (cerca de R$ 110 bilhões, ou 2,7%) e o protagonismo do Rio de Janeiro no que concerne à remuneração deste mesmo núcleo.

Apresentamos abaixo os dados referentes às Artes Cênicas brasileiras.

Estudo Técnico das Artes Cênicas

A cadeia de Artes Cênicas apresenta uma particularidade que a distingue da grande maioria dos setores criativos: o número de empresas é maior do que o de empregados. Enquanto as empresas somam 18 mil, o total de empregados é de 13 mil. Essa diferença é explicada pelo fato dos profissionais possuírem empresas próprias, e não vínculos empregatícios. Nesse segmento, onde todas as empresas criativas se concentram no núcleo, as atividades de produção de espetáculos de teatro e dança se destacam, com 8.493 estabelecimentos.


Fonte: FIRJAN (2012), com base nos dados oficiais do Ministério do Trabalho.
Dentre os 10 mil empregados do núcleo criativo das Artes Cênicas, os profissionais mais representativos são os Professores de dança (3.105) e os Apresentadores de evento (1.004). Pela ótica da renda, por sua vez, a liderança é dos Atores, que recebem em média R$ 10.348, quase quatro vezes a renda média do núcleo de Artes Cênicas (R$2.767).
Com base na massa salarial gerada por essas empresas, estima-se que o núcleo criativo das Artes Cênicas gera um Produto Interno Bruto equivalente a R$ 1,2 bilhão, ou 1,1% do PIB da Indústria Criativa.


Fonte: FIRJAN (2012), com base nos dados oficiais do Ministério do Trabalho.


Fonte: FIRJAN (2012), com base nos dados oficiais do Ministério do Trabalho.

 

O PIB das Artes Cênicas tem uma importante contribuição para o desenvolvimento econômico, no entanto, representa 1,2% do PIB da Indústria Criativa, isto é, considerando o total da Indústria Criativa brasileira (R$ 110 bilhões), percebe-se que ainda existe elevado potencial de crescimento. Assim, sob o aspecto econômico da relevância das Artes Cênicas e sua cadeia produtiva, cinco principais aspectos podem ser destacados como pontos necessário para o desenvolvimento do setor:
1) Os profissionais das Artes Cênicas são muito empreendedores, no entanto, existe grande necessidade disseminação das técnicas de empreendedorismo entre esses profissionais.
2) O ambiente de negócios das Artes Cênicas prejudica o desenvolvimento do segmento, sobretudo no que se refere às relações profissionais. Prova disso é o maior número de empresas do que empresários.
3) Um ponto importante com relação ao mercado das Artes Cênicas é a necessidade de se encontrar novas formas de financiamento. A falta de garantias reais para obtenção de crédito para Artes Cênicas e o baixo conhecimento das técnicas de empreendedorismo inviabilizam a obtenção das linhas de crédito e investimento privado remunerado disponível no mercado.
4) Considerando suas características intrínsecas (da mesma forma que outras atividades econômicas), o mercado das Artes Cênicas ainda carece de políticas públicas direcionadas que contribuam para o desenvolvimento do segmento: tributárias, trabalhistas e relacionadas especificamente à desburocratização.
5) Cada vez mais os segmentos econômicos vêm buscando maior internacionalização para que dessa forma consigam aumentar a receita financeira dos projetos (ou produtos) e pela maior inovação via intercâmbio de conhecimento. Não é diferente para o setor econômico Artes Cênicas.

Caso deseje saber mais sobre o passo-a-passo da pesquisa, recomendamos o excelente artigo dos especialistas da FIRJAN Gabriel Pinto e Marcio Afonso.

Para acessar a ferramenta, clique aqui.

Categorias: Notícias. Tags: carrossel, Encontro Artes Cênicas e Negócios, Firjan, Indústrias Criativas e TEMPO_2013.