Em 2013, o TEMPO FESTIVAL realiza uma ocupação artística em um dos endereços mais charmosos do Rio de Janeiro, a Escola de Artes Visuais do Parque Lage. O prédio, localizado aos pés do morro de Corcovado e remodelado em 1920 para agradar a cantora lírica italiana Gabriela Bezanzoni, será o palco de um combo de atividades artísticas, incluindo aí instalações, performances, lançamento de livro, exibição de documentário, encontro e, é claro, teatro.
O urbanista, designer e arquiteto franco-húngaro Yona Friedman irá expor um dos seus trabalhos mais recentes, a instalação o protótipo improvisado do tipo “Nuvem”, de 2009, reproduzida por alunos da EAV sob orientação dos artistas e professores João Modé e Alexandre Dacosta. Fruto de uma parceria curatorial entre o TEMPOcom a FRAC Lorraine, a obra será recriada segundo as orientações e especificações O trabalho é uma ótima amostra da arquitetura utópica de Friedman: com elementos móveis, as estruturas configuram espaços flexíveis, a serem transformados continuamente por meio das relações sociais e espaciais.
Os espanhóis marcam presença na EAV por meio de três performances, duas delas históricas. Proposta em 1974 por Ángels Ribé – uma das mais importantes artistas conceituais catalãs – Constatação da presença d’um volume imaterial tem como ponto de partida um ventilador disposto no chão. Com este trabalho, Ribé chama atenção para a relação entre o vazio e o cheio espacial – por meio da movimentação do público bem como do funcionamento do dispositivo.
Esther Ferrer, por sua vez, irá apresentar Íntimo e Pessoal (1977), uma de suas performances mais conhecidas, apresentadas nos mais importantes museus internacionais, como o Reina Sofia. O roteiro é simples: portanto uma fita métrica, a performer mensura distâncias corporais, anotando-as sobre os próprios locais. Estas anotações podem ser lidas em voz alta, marcadas no chão ou em uma placa. No final da execução, os corpos são transformados em quadros vivos: quadros científicos, literários e plásticos.
Carmen | Shakespeare (Acto 1º) é o título do espetáculo que os artistas Olga Mesa e Francisco Ruiz de Infante apresentam no festival. O trabalho, um “projeto em construção” nas palavras dos autores, transita entre teatro, artes plásticas e cinema, propondo um entrelaçamento entre Carmen e Shakespeare. A potência de autores e obras canônicas é recuperada em um ambiente tecnológico abarrotado de câmeras e projetores. Nesta atmosfera cibernética, um casal busca a relação entre mito, ritual e tecnologia em um acontecimento que promete dar o que falar.
Cenário de Eichbauer para a ópera Pelléas et Mélisande, de Claude Debussy
A EAV também abrigará um encontro especial entre a francesa Béatrice Josse, diretora do FRAC Lorraine (Fundo Regional de Arte Contemporânea de Lorraine), e o carioca Hélio Eichbauer, cenógrafo responsável pela renovação da cenografia brasileira contemporânea.
As pesquisas desenvolvidas por 24 grupos de teatro brasileiro participantes do programa Rumos Itaú Cultural serão apresentadas por meio do lançamento do livro e do documentário do programa, sob o título Encontro. Resultante da primeira edição do programa Rumos Itaú Cultural Teatro 2010/2012, a publicação é formada por dois livros e um vídeo documentário gravado durante o encontro de todos os participantes na sede do centro cultural.