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ENQUANTO O DRAGÃO NÃO VEM – CONHEÇA O TEATRO INOMINÁVEL

Dentre as apostas do 2º TEMPO_FESTIVAL, está a estréia de “Como Cavalgar um Dragão“, da companhia carioca Teatro Inominável. Dirigida por Diogo Liberano, a companhia completa em 2011 apenas três anos de existência – período, no entanto, marcado por dois espetáculos que deram o que falar no Rio de Janeiro e em outras cidades brasileiras.

O debut ocorreu com a peça “Não Dois”, a partir de “Paso de Dos”, escrito pelo argentino Eduardo Pavlovsky. Em seu texto, o dramaturgo apresenta uma situação violenta que abala a relação entre um homem e uma mulher, os dois únicos personagens da história. A encenação de Liberano procura investigar e experimentar a possibilidade do horror e do afeto em um mesmo movimento. Para isso, o casal anônimo repete ao longo da peça uma partitura física para sublinhar a violência sexual do homem e sua dependência física e intelectual frente à mulher, que, vitimizada, recolhe-se em sua própria força psíquica.

Já em “Vazio é o que não falta, Miranda“, que estreiou em 2010, o grupo utilizou como ponto de partida uma das obras mais clássicas da dramaturgia contemporânea: “Esperando Godot”, de Samuel Beckett. Nesta nova empreitada, as atrizes Adassa Martins, Fabíola Sens, Flávia Naves e Helena Cantidio, ao lado do próprio diretor, colocam-se em cena com um único objetivo: refletir sobre o ato de criação de uma obra de arte, no caso, a própria peça de teatro. Além de Beckett, serviram de inspiração para o grupo o quadro “As Meninas”, de Velásquez, e os filmes “Dogville”, de Lars Von Trier, e “Cidade dos Sonhos”, de David Lynch. O espetáculo, que cumpriu temporada no Teatro Gláucio Gill, procovou opiniões entusiasmadas, como a do site Tecnicolor, que publicou “A dramaturgia, apesar de partir do texto de Beckett, ganha autonomia do texto que serviu como ponto de partida, configurando não só um novo olhar e uma nova concepção da tão famosa obra, mas também uma criação que respira por si mesma”.

E quanto a “Como Cavalgar um dragão”? Bem, no que depender da trajetória do grupo, será mais uma obra comovente e pertubadora. Enquanto o dragão não vem, caminhemos pelas estradas dos processos do grupo, registrados todos no blog do grupo e que você tem acesso clicando aqui.

Categorias: Notícias. Tags: 2º TEMPO_2011, carrossel, Como Cavalgar um Dragão, Diogo Liberano, Eduardo Pavlovsky, Miranda, Não Dois, Samuel Beckett, Teatro Inominável e Vazio é o que não falta.