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Papo de corredor

Se o êxito do I Encontro Artes Cênicas e Negócios já fora atestado no balcão, o bate-papo do corredor, prova inconteste de qualquer coisa nesse mundo, só validou ainda mais a iniciativa. Passaram pelas mesas redondas, entre outros, Faith Lidell, do Edimburgh Festival; Carmen Romero, do chileno Santiago a Mil; Mark Russell, do Under the Radar, de NY, e também brasileiros, como Maria Arlete Gonçalves, do Oi Futuro, e Ivam Cabral, dos Satyros, e Tânia Pires, que organiza o Panorama Festival.

Se o corpo de palestrantes trazia uma diversidade absurda – eram empreendedores, financiadores, publicitários, intelectuais e curadores de festivais, cada qual com uma visão e uma história na área – a platéia, lotada de artistas, funcionava como um espelho: performers, grupos de teatro, atrizes e atores com trabalhos extremamente diferentes entre si.

A cada fala, uma estupefação. Era como se cada palestrante acertasse em cheio, ao trazer as questões sobre artes e negócios com que lida em seu ofício. O questionamento maior do encontro, que abriu para outras possibilidades, tinha como alvo central a seguinte pergunta: como em artes cênicas? A partir daí, abriu-se um leque infinito de interrogações: o que significa se tornar um empresário? O que falta no mercado de trabalho de artes cênicas? Como suprir a necessidade de formação de mão de obra técnica? Por que o mercado não entende a necessidade de se fomentar a arte? Qual é a importância de um festival de artes cênicas?

No cafézinho entre os debates, no cigarrinho na área de fora, o assunto era um só: como as mesas haviam sido proveitosas. A sensação é de que havia um desejo latente de se falar sobre negócios e artes cênicas de forma sistemática e organizada. Como disse a mediadora Beatriz Resende, a iniciativa já se confirmou exitosa. Urge que haja um seguimento.

Ou, como ponderou Maria Arlete Gonçalves, do Oi Futuro, no início de sua fala, olhando ironicamente para a plateia: você demorou, teatro. Depois do cinema, da música, das artes plásticas, você finalmente pensou em negócio.

Demorou, teatro.

Categorias: Blog. Tags: Carmen Romero, carrossel, Encontro Artes Cênicas e Negócios, Faith Lidell, Ivam Cabral, Maria Arlete Gonçalves, Mark Russell, Tânia Pires e TEMPO_FESTIVAL 2013.