Em 2009, Enrique Diaz, junto à coreógrafa Cristina Moura, dividem a direção do novo trabalho do Coletivo Improviso, com o título provisório o outro (seja por um instante). Nesta fase do processo começa uma série de residências artísticas como forma de iniciar o diálogo sobre os princípios do trabalho.
Para essas residências foram convidadas umas séries de artistas que, dentro de um contexto de treinamento e experimentação, colaboram para o estabelecimento das bases das novas pesquisas e possibilidades cênicas a partir da arte do improviso. O novo projeto foi contemplado com o Prêmio Funarte de Teatro Myriam Muniz 2008.
O elenco é formado por artistas com larga experiência no cruzamento das estéticas do teatro e da dança. Fazem parte do elenco: Alessandra Colassanti, Cristina Moura, Daniela Fortes, Denise Stutz, Enrique Diaz, Mariana Lima, Felipe Rocha, Michel Blois, Raquel Rocha, Renato Linhares, Thierry Tremouroux, Cristina Flores, Fernanda Felix, Álamo Facó, Flavia Gusmão, Nuno Gil, Thiarê Maia, Adriana Seiffeirt, Keli Freitas, Ignácio Aldunate, Ernesto Solis, Joelson Gusson, Daniela Amorim, Patrick Sampaio, Felipe Ribeiro, Pedro Brício, Felipe Abib, Lucas Marcier, Mariana Kaufman, Alex Cassal, Bel Garcia, Fabiano de Freitas e Pedro Henrique Monteiro.
A pertinência do projeto está profundamente ligado ao poder da criatividade. A união destes artistas em torno de uma pesquisa coerente e aprofundada, somada à grande experiência individual de cada um deles (vários dentre eles desenvolvem trabalhos profissionais que são apresentados tanto nacional como internacionalmente), conferem ao trabalho uma ludicidade e uma radicalidade extremamente saudáveis e vigorosos para a cena contemporânea brasileira. Trata-se de uma explosão de criatividade organizada. O alto nível dos participantes do projeto e a complexidade presente num encontro de tal diversidade artística encontram um fator de ordenação nas técnicas utilizadas.
Viewpoints: técnica de improvisação em dança criada nos anos 70 pela coreógrafa Mary Overlie, e posteriormente aplicada ao teatro, voltada para a pesquisa do movimento e do gestual a partir do Tempo (velocidade, duração, repetição e respostas kinestética – reação espontânea a estímulos externos), Espaço (forma, arquitetura, piso, relação espacial e comportamento gestual) e Som (volume, tom, timbre, aceleração e silêncio).
Método Suzuki para treinamento de atores: criado por Tadashi Suzuki, é um método rigoroso que associa voz e movimento. Combina técnicas do teatro tradicional japonês com artes marciais e técnicas contemporâneas. Desenvolve a percepção das habilidades e força físicas estimulando, simultaneamente, uma maior consciência corporal e emocional do ator.