Se você for a qualquer feira de negócios, aqui no Brasil ou em qualquer lugar do mundo, vai se deparar com dois termos frequentemente utilizados por quem deseja vender e comprar produtos (incluindo aí os bens culturais). Trata-se do Pitch e da Rodada de Negócios. Mas, afinal de contas, por que o uso generalizado destas expressões e o que elas significam?
O Pitch quanto a Rodada de Negócios são práticas de negócio que apostam em um eficiente formato de apresentação de novas oportunidades de mercado. Tanto uma quanto outra baseiam-se em uma das leis da economia (e também da sociedade): o tempo é um recurso escasso. Justamente por isto, o candidato a empreendedor deve realizar a gestão adequada do tempo de apresentação do novo empreendimento. É neste ponto que entram em cena o Pitch e o Rodada de Negócios.
Pitch significa, em inglês, uma exposição ou, em bom e velho português, a lábia do vendedor. No basebol, pitch é o arremesso do jogador que deseja vencer a partida. Estes dois significados dizem muito a respeito desta prática de negócio. Pois o Pitch é uma breve apresentação – geralmente, de 3 a 5 minutos – com objetivo de despertar o interesse da outra parte (investidor ou cliente) pelo seu negócio. Sendo assim, tal como o jogador de basebol, você deve lançar a sua oportunidade ao cliente, tendo em vista convencê-lo, como um bom vendedor, de que o seu projeto é viável, factível e atraente. Para isso, a apresentação deve conter apenas as informações essenciais e diferenciadas, expostas verbalmente, mas também com direito a demonstrações de cena e recursos virtuais (slides em powerpoint).
Já a Rodada de Negócios é uma prática que coloca frente a frente o empreendedor e seu cliente. As características do Pitch também valem aqui, pois este é um encontro veloz. Desse modo, é preciso ser tanto eficiente quanto eficaz na exposição dos projetos ao investidor em potencial. A maior diferença entre as duas práticas talvez seja o caráter público do Pitch enquanto que a Prática de Negócio é mais direta e privada, com encontros sumários entre ambas as partes. Além disso, no primeiro caso, os projetos devem ser inéditos enquanto que no segundo, o repertório é o grande negócio.
Após observar as tendências do mercado internacional de Artes Cênicas, e também em franco diálogo com os especialistas da Indústria Criativa da FIRJAN, o TEMPO_FESTIVAL resolveu lançar o seguinte desafio à cena brasileira contemporânea: estas práticas de negócio – comuns em muitos setores culturais, como o audiovidual e o de moda – funcionam para o Teatro, o Circo e Dança? Como podemos aproveitar estas ferramentas para fazer a roda das Artes Cênicas girar com mais fluência?
Para responder tais questões, vamos, em regime experimental, testar ambas as práticas em nosso contexto. Serão selecionados 6 projetos (inéditos) para o Pitch e outros 30 para a Rodada de Negócios. Está confirmada a presença de importantes players da cena teatral internacional, a exemplo de curadores e diretores artísticos de alguns dos maiores festivais do mundo. Mas, para que o II Encontro seja tão bem sucedido quanto o primeiro, contamos com um trunfo especial: a criatividade de artistas brasileiros, por meio dos projetos participantes.
O primeiro encontro foi o máximo. O segundo promete. Inscreva-se aqui.