Quem são os maiores diretores teatrais do Teatro Chileno? Quem é o Nelson Rodrigues da Argentina? Enquanto Antunes Filho estreiava Macunaíma, o que acontecia com o Teatro Peruano? Quem foi Griselda Gambarro? Qual é o marco do Teatro Colombiano Moderno?
Se você não sabe responder a estas perguntas, não se desespere. O 2° TEMPO_FESTIVAL está aqui para resolver seus problemas e tirar as suas dúvidas. Calma, não se trata de um workshop em alguma Casa de Conhecimento na Zona Sul da cidade. Nem prometemos que você saberá tudo (isso é com você!). Está curioso? Então vamos lá:
No dia 27 de maio, depois de você assistir ao espetáculo chileno NEVA, não vá embora imediatamente. Espero um pouco e fique para o lançamento dos livros “Neva“, do chileno Guillermo Calderon e traduzido por Celso Curi, e “Os Mansos: sobre os motivos de “O Idiota”, de Fiódor Dostoievski”, do argentino Alejandro Tantanian, com tradução de Héctor Briones.
As duas obras compõem a Coleção Dramaturgias Latino-Americanas, da Editora da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA), e são importantes marcos na tentativa de se difundir as produções latino-americanas entre os países que formam este continente. O esforço realizado pela Coleção, e corroborado pelo TEMPO_FESTIVAL, tem por objetivo aproximar as criações da América Latina, a fim de se intesificar o diálogo entre seus artistas.
Calderon e Tantanian são referências importantes no panorama teatral de seus respectivos países: Chile e Argentina. Os espetáculos escritos e dirigidos pelo primeiro embaralham dramas individuais com conflitos coletivos, a exemplo de Neva, onde o luto e as inseguranças da personagem Olga Knipper (uma reconstituição ficcional da esposa de Anton Tchekhov) misturam-se aos conflitos da Revolução Russa, em 1905. A escolha de Calderon por ambientar a sua peça no início do século XX revela de imediato como o diretor utiliza o Tempo em seus espetáculos: o deslocamento temporal efetuado por ele o permite abordar de modo mais contudente o presente.
Já Alejandro Tantanian, em algumas de suas obras, apropria-se de textos clássicos de autores consagrados, como Dostoievski, Franz Kafka e William Shakespeare e cria a sua própria versão destas histórias, inserindo fatos pessoais e acontecimentos do presente. Este é o caso de “Os Mansos”, um tecido de histórias fragmentadas, de lembranças que falam de teatro, de paixões, de amizades e crenças em impossíveis sonhos num mundo de violência, no qual os personagens lutam para se manter mansos.
O lançamento das obras de Calderon e Tantanian no Brasil, que até então não possuíam textos publicados em português, são uma ótima oportunidade para você conhecer as referências teatrais latino-americanas da atualidade.