Distância e proximidade. Espaços públicos e espaços privados. Ao fundo, em bom som, ouvimos a ária de uma ópera de Händel. Um réquiem para nossos tempos pós-modernos. No centro da imagem, a uma distância de 2 km, um painel de LED transmite mensagens, frases e pensamentos que um dia poderemos usar para nos despedir de alguém, de algo, de algum lugar. Quem está perto do painel não consegue ler as mensagens, pois ele está de ponta-cabeça. As pessoas então são obrigadas a ficarem distantes para ler alguma coisa, e se deslocam até o telescópio.
Fare thee well! aborda o espectador em sua capacidade de perceber o mundo como um lugar em movimento e nos faz recordar daquilo que um dia já nos despedimos e do que poderemos nos despedir no futuro. Os textos da intervenção foram escritos com a colaboração do dramaturgo carioca Pedro Brício. Juntos, Brício e Dries falam da cidade, do que existiu, do que se foi e do que virá.
O holandês Dries Verhoeven estudou cenografia na Academy of Fine Arts, em Maastricht. Durante muitos anos trabalhou em Amsterdam com o brasileiro Marcus Azzini na companhia TEATRO e depois começou a produzir trabalhos autônomos.
Verhoeven faz teatro e intervenção urbana. Faz artes cênicas e artes visuais. Suas criações procuram envolver diretamente os espectadores nas performances, muitas vezes de forma radical e inesperada. Verhoeven gosta de fazer o público experimentar a realidade de uma forma poética, intensa, por meio de uma arte que quer fundir o teatro com a realidade.