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PUSH – EMPURRANDO OS LIMITES ARTÍSTICOS

Expandir horizontes, criar experiências transformadoras, correr riscos, inspirar, inovar: estes são alguns dos princípios básicos do festival Push, que acontece desde 2003 em Vancouver e se destaca por sua programação diversificada – e por uma curadoria que dialoga com a proposta do TEMPO_FESTIVAL das Artes.

Dois dias após a última edição do Push, o TEMPO_CONTÍNUO faz um panorama geral sobre algumas obras que estiveram por lá e merecem ser revistas – ainda que apenas em palavras.

O espetáculo ‘Amarillo‘, do Teatro Linea de Sombra (México), foi a primeira atração do festival e leva adiante a abordagem dos “limites” ao tratar da fronteira entre México e Estados Unidos, em um texto baseado no poema ‘Morte’ de Harold Pinter. Na trama, um imigrante ilegal cruza a fronteira mas jamais chega ao seu destino final em Amarillo, Texas. A performance multimídia do grupo desenha as múltiplas faces e nomes deste “homem ausente”, simbolizando os milhares de viajantes desiludidos que tiveram um destino similar. Abaixo, um pequeno clipe da peça, que também fez parte da programação do festival brasiliense Cena Contemporânea, em 2011.

Outra atração imperdível do festival foi Rabih Mroué, o diretor libanês que apresentou a palestra-performance The Pixelated Revolution e o espetáculo Looking for a missing employee. Neste último, o desaparecimento de um trabalhador de baixa renda do Ministério das Finanças no Líbano é o ponto de partida para a montagem de um quebra-cabeça performático com documentos, fotos e objetos encontrados – dialogando diretamente com o trabalho do mexicano Teatro Linea de Sombra, tanto na forma quanto no conteúdo.

Rabih Mroué: novamente o desaparecimento do homem

 

A escolha destas duas peças confirmou a aposta do Push na costura de linguagens diversas e reinvenção das artes cênicas para um espaço menos restrito que o palco. A confirmação desta premissa esteve também presente em Eat the street (eatdastreet.blogspot.com), performance criada pelo grupo canadense Mammalian Diving Reflex, que levou um grupo de 6 crianças para comer em diversos dos restaurantes mais notáveis da cidade e elaborar críticas gastronômicas honestas e sem censura, durante as três semanas do festival. Para assistir, bastava ao público pagar sua própria refeição e ver de camarote a desenvoltura dos pequenos connoisseurs.

Uma das crianças do projeto Eat the street: crítica pra gente grande

 

As semelhanças com o TEMPO_FESTIVAL já ficavam bem claras pela variedade da programação em termos de plataforma artística, mas a seleção do espetáculo O passado é um animal grotesco, de Mariano Pensotti, confirmou a nossa identificação com o festival canadense – e pra quem perdeu uma das melhores peças latinas de 2011, temos tudo salvo aqui.

Enquanto nos preparamos para nossos tempos de 2012, continuamos de olho no que rola, sempre pelo blogs Instantâneo, Simultâneo e pela TV TEMPO!

Categorias: Notícias. Tags: Amarillo, Canadá, carrossel, Cena Contemporânea, Eat the street, Harold Pinter, Looking for a missing employee, Mammalian Diving Reflex, Mariano Pensotti, México, O passado é um animal grotesco, Push Festival, Rabih Mroué, Teatro Linea de Sombra e The Pixelated Revolution.