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Indicado ao Prêmio Shell, projeto Rio Diversidade volta a ser apresentado em janeiro

image0011Realizado em julho deste ano, o projeto Rio Diversidade ocupou o Castelinho do Flamengo, no Rio de Janeiro, com quatro monólogos curtos, de apenas vinte minutos, cada qual escrito, dirigido e estrelado por profissionais diferentes. Em comum, além da duração, havia a proposta de refletir sobre questões relacionadas à diversidade sexual. A relevância do tema, aliada à ousadia do formato — cada peça era apresentada em um cômodo do imóvel, em quatro sessões consecutivas, o que permitia aos espectadores assistirem às montagens em ordens distintas — rendeu à empreitada uma indicação ao Prêmio Shell na categoria Inovação. Idealizado pela dramaturga Marcia Zanelatto, o projeto volta a ser apresentado no início de 2017, desta vez no Teatro Sesi, no Centro, em uma temporada mais longa, de 12 de janeiro a 11 de fevereiro.

Escritos especialmente para a ocupação, os monólogos são assinados pela própria Marcia, além de Jô Bilac, Daniela Pereira de Carvalho e Joaquim Vicente. Larissa Bracher, Gabriela Carneiro da Cunha, Kelzy Ecard (na foto) e Thadeu Matos, respectivamente, estão em cena nas peças, dirigidas, nesta ordem, por Guilherme Leme Garcia, Ivan Sugahara, Renato Carrera e Cesar Augusto. Pelas próprias circunstâncias de exibição em um teatro convencional, desta vez todos os espectadores verão as peças em uma mesma ordem, em um palco italiano. “Mas o conceito das peças, o que os diretores queriam atingir, isso não mudou”, diz Marcia. Além dos monólogos, serão apresentados números curtos da drag queen Magenta Dawning, que também havia participado do projeto no Castelinho.

Confira as sinopses de cada obra, na ordem em que serão encenadas:

Genderless/Um Corpo Fora da Lei (de Marcia Zanelatto, com Larissa Bracher. Direção de Guilherme Leme Garcia): Em 2010, depois de travar uma luta contra o Estado da Austrália, Norrie May-Welby se tornou a primeira pessoa do mundo a ser reconhecida como ‘sem gênero específico’. A partir do fato, a peça reflete poeticamente sobre os gêneros masculino e feminino e os conflitos entre as identidades sexuais e as estruturas sociais.

Como Deixar de Ser (de Daniela Pereira de Carvalho, com Kelzy Ecard. Direção de Renato Carrera): Uma mulher de meia idade está presa dentro do “armário-sala”. Ela divide com a plateia pensamentos e desejos reprimidos pela sociedade ainda nos dias de hoje.

A Noite em Claro (de Joaquim Vicente, com Thadeu Matos. Direção de Cesar Augusto): A história, parte do impacto do assassinato de Luiz Antonio Martinez Correa, e segue com um escritor famoso contou que ele tinha passado A Noite Em Claro com um assassino, que talvez fosse o que estava sendo procurado pela morte de Luiz Antonio. É essa noite, esse momento, essas angústias que estão retratadas na peça.

Flor Carnívora (de Jô Bilac, com Gabriela Carneiro da Cunha. Direção de Ivan Sugahara): Em uma realidade em que a plantação de soja procura dar um golpe monocultural, a flor carnívora afirma o hermafroditismo das plantas, sua indefinição de gênero, sua intersexualidade e protesta contra a colonização organizadora do homem, que procura catalogar e normatizar o que a natureza criou diverso.

O Teatro Sesi fica na Avenida Graça Aranha, 1, Centro, Rio de Janeiro. A temporada vai de 12 de janeiro a 11 de fevereiro, às quintas e sextas, às 19h30, e aos sábados, às 19h.

Categorias: Blog. Tags: Cesar Augusto, Guilherme Leme Garcia, Ivan Sugahara, Marcia Zanelatto, Renato Carrera e Rio Diversidade.